HISTORIA |
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1. Origem
O Apostolado da Oração teve origem numa casa de estudo da Companhia de
Jesus, em França (Vals, perto de Le Puy), na festa de S. Francisco
Xavier do ano de 1844.
Naquela ocasião, o Padre Espiritual do Colégio – P. Francisco Xavier
Gautrelet – fez uma conferência aos estudantes, em que explicou como
podiam eficazmente satisfazer o desejo de colaborar com os que
trabalhavam nos vários campos de apostolado para a salvação dos homens.
Podiam fazê-lo, sem interromper o seu trabalho principal, que era o
estudo, oferecendo com fim apostólico as suas orações, os seus
sacrifícios e trabalhos.
As ideias propostas pelo P. Gautrelet, que constituem o fundamento do
Apostolado da Oração, foram recebidas com entusiasmo pelos estudantes e
divulgadas primeiro nas terras vizinhas do colégio e depois em toda a
França.
Para difundir estas ideias, o próprio P. Gautrelet propôs uma pequena
organização com o nome precisamente de «Apostolado da Oração», que teve a
aprovação do Bispo de Le Puy e, em 1849, alcançou as primeiras
indulgências do Papa Pio IX.
2. Desenvolvimento
A divulgação propriamente dita do Apostolado da Oração deve-se
principalmente ao P. Henrique Ramière, também ele da Companhia de Jesus,
que deve considerar-se o verdadeiro fundador, divulgador e organizador
do Apostolado da Oração no mundo.
O P. Ramière, por meio de numerosos escritos, em que soube
harmonicamente unir a simplicidade de expressão e a profundidade de
pensamento teológico, propagou o Apostolado da Oração em todas as
classes de pessoas e a todos os níveis, e deu à Obra forma definitiva e
organização estável.
À morte do P. Ramière (1883), o Apostolado da Oração tinha já 35 mil
centros, com mais de 13 milhões de associados nas várias partes do
mundo.
3. O Apostolado da Oração em Portugal
O Apostolado da Oração chegou a Portugal em 1864, trazido pelo italiano
P. António Marcocci. Mas o grande impulsionador foi o seu colega P. Luís
Prosperi, primeiro Director Nacional, o qual se dedicou ardorosamente
às missões populares. Assim, em 1887 já se contavam em Portugal 1.074
Centros e cerca de 850.000 associados e zeladores.
Actualmente, em Portugal, o Apostolado da Oração está presente em todas
as dioceses e na maioria das paróquias. Nem em todos os Centros se
respira a mesma vitalidade, é claro. Uns são modelares na fidelidade às
práticas e reuniões, na inventiva de actividades, na animação paroquial;
outros quase se reduzem às práticas do costume.
Uma história com altos e baixos, como é a história dos homens, mas que
não tem deixado de produzir abundantes frutos. Assim o confirma a voz
autorizada do Papa Pio XII, na mensagem radiofónica dirigida ao 3º
Congresso Nacional do A. O., reunido em Braga (19-5-1957):
«Os Anais do Apostolado da Oração são uma das mais belas páginas da
história da Igreja em Portugal. E nós sabemos como, em tempos
relativamente recentes, quando a propaganda autorizada do mal se
propunha eliminar em duas gerações os últimos vestígios do Catolicismo,
em terras lusitanas, foi o Apostolado da Oração, por testemunho dos
sagrados pastores, uma das principais forças da resistência, para manter
vivo o espírito cristão e o fazer vigoroso, mal a tempestade acenou a
abrandar».
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| | | | ESPIRITUALIDADE | |
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O Apostolado da Oração é um serviço à Igreja e à Humanidade, procurando
que todos rezem por todos, fazendo, assim, uma grande «Família de
Orantes». Milhões de pessoas, no mundo, espalhadas por quase todos os
países, oferecem suas vidas, cada dia, para colaborar na salvação e na
obra da redenção. São quatro os pilares principais da espiritualidade
desta Obra.
1. Vida oferecida com Cristo em Eucaristia
Todos procuram oferecer, cada dia, sua vida, através da Oração do
Oferecimento, com Jesus Cristo, no acto supremo da sua entrega e do seu
amor que é a Eucaristia. São como que «hóstias vivas», como afirma S.
Paulo (Rom 12, 1), oferecidas com Cristo: trabalho, oração, sofrimentos,
alegria, a vida toda inteira, oferecida no altar com Jesus, para que o
mundo tenha vida e a tenha em abundância (Jo 10, 10). Inseridos na
Eucaristia, todos se tornam membros activos do projecto da salvação e
suas vidas são dom e graça para o mundo e para a Igreja. Verdadeiros e
activos colaboradores, fazendo de suas vidas uma oferta eucarística, com
Jesus Cristo.
2. A arte de orar
Rezar pelos outros já é um apostolado. E desta oração nascem obras de
misericórdia, obras apostólicas, obras missionárias. O Apostolado da
Oração empenha-se em ajudar as pessoas, as famílias, as comunidades
paroquiais a rezarem mais e melhor. Intensificar a oração, pessoal e
comunitária, oração eucarística ou mariana, oração de louvor ou de
meditação da Palavra, oração de súplica ou de acção de graças, etc.
Cursos de Oração, encontros de oração, métodos e modos de rezar, de
levar as pessoas a rezar. O Apostolado da Oração deve tornar-se, cada
vez mais, um promotor da oração, e seus zeladores e associados, homens e
mulheres, apóstolos da oração e pela oração.
3. Em Igreja, em comunhão com o Papa
Outra dimensão importante do Apostolado da Oração é estar centrado no
coração da Igreja em comunhão com o Papa, rezando, cada mês, pelas
Intenções que o Papa escolhe e propõe. Deste modo, os membros do
Apostolado da Oração situam-se no coração do Papa, num profundo «sentir
com a Igreja», para rezar unidos a ele. São milhões de pessoas em todo o
mundo que cada mês tomam essa intenção do Papa e rezam com ele. Daí a
força da oração, a graça da oração no coração da Igreja, onde milhões de
pessoas juntam suas preces, como verdadeira Família Orante, em comunhão
de Igreja.
4. Centrados no Coração de Cristo
O Apostolado da Oração foi encarregado pelos Papas de levar por diante o
culto e a devoção ao Coração de Cristo. Coração que simboliza toda a
sua Pessoa, com todo o seu amor humano e divino, pois Jesus é verdadeiro
Deus e verdadeiro Homem.
O próprio Jesus nos mandou aprender do seu Coração, pois nesse Coração
estão todos os tesouros da ciência e da sabedoria, é o Coração manso e
humilde, é o oceano infinito de todas as graças, é fornalha ardente de
amor, é abismo insondável de toda a virtude.
Promover o culto do Coração de Jesus é centrar as pessoas no mistério de
Deus que é Amor, que tem Coração, que é Coração. Ajudar a perceber o
valor da Consagração ao Coração de Cristo, da reparação a esse mesmo
Coração, centrando todos no mistério do Amor louco e apaixonado de Deus
Pai, revelado no Coração de seu Filho.
Os Papas e o Apostolado da Oração
Ao longo dos tempos, diversos Papas pronunciaram-se sobre o Apostolado da Oração, chamando a atenção para a sua importância.
Dirigindo-se, no final de uma audiência geral, aos participantes do
Congresso Nacional Italiano do Apostolado da Oração, em 28 de Junho de
2006, Bento XVI disse que «o segredo de um apostolado
fecundo está na união com o Coração de Jesus» e desejou «que a união com
o Coração de Jesus seja, para todos, fonte de santidade e de eficaz
acção apostólica».
Na sua Encíclica «Spe Salvi», Bento XVI faz uma referência ao
oferecimento das obras do dia, uma das dimensões fundamentais da
espiritualidade do Apostolado da Oração. A este respeito, diz, no nº 40:
«Fazia parte duma forma de devoção – talvez menos praticada hoje, mas
bastante difundida ainda há não muito tempo – a ideia de poder
«oferecer» as pequenas canseiras da vida quotidiana, que nos ferem com
frequência como alfinetadas mais ou menos incómodas, dando-lhes assim um
sentido. [...] O que significa «oferecer»? Estas pessoas estavam
convencidas de poderem inserir no grande com-padecer de Cristo as suas
pequenas canseiras, que entravam assim, de algum modo, a fazer parte do
tesouro de compaixão de que o género humano necessita. Deste modo,
também as mesmas pequenas moléstias do dia-a-dia poderiam adquirir um
sentido e contribuir para a economia do bem, do amor entre os seres
humanos. Deveríamos talvez interrogar-nos se verdadeiramente isto não
poderia voltar a ser uma perspectiva sensata também para nós».
Dirigindo-se, em 22 de Junho de 1982, a um grupo de peregrinos do Apostolado da Oração, João Paulo II
exortou-os «a colaborar nesta selecta forma de apostolado que se
realiza na entrega diária de si mesmo e da vida quotidiana de cada um,
em união com o sacrifício eucarístico pelas necessidades da Igreja e a
salvação de todos os homens, segundo as intenções do Papa. Continue a
ser o Coração de Jesus o centro de inspiração de toda a vossa actividade
apostólica.
Abençoo-vos e agradeço-vos, pois a difusão do espírito do Apostolado
da Oração e o vosso afã de fazer conhecer e amar o Coração de Jesus são
hoje mais do que nunca preciosos para a Igreja. E são de particular
agrado do Papa».
Falando, em 13 de Abril de 1985, aos Secretários Nacionais do
Apostolado da Oração, disse: «coloco esta Pia Associação universal nas
vossas mãos, como um tesouro precioso do Coração do Papa e do Coração de
Cristo».
Segundo Paulo VI, o Apostolado da Oração é «forma excelente e genuína da verdadeira piedade centrada em Cristo, tal como exige o Vaticano II».
Estrutura
1. Internacional
A estrutura do Apostolado da Oração é muito simples. O Responsável Geral
em todo o mundo é o Superior Geral da Companhia de Jesus, que nomeia um
Delegado Internacional para o ajudar neste serviço e o representar.
2. Nacional
O Padre Geral nomeia, em nome da Igreja e por delegação do Papa, um
responsável do Apostolado da Oração em cada país, que é o Secretário
Nacional. Este deve promover no país o Apostolado da Oração, dinamizar,
publicar subsídios que ajudem o Apostolado da Oração a renovar-se e a
crescer mais e mais. Apoia e acompanha o trabalho dos Directores
Diocesanos. É ele o Director da revista Mensageiro, órgão oficial do
Apostolado da Oração.
3. Diocesana
Em cada diocese, há um Director Diocesano, nomeado pelo bispo diocesano,
que tem o encargo de dinamizar o Apostolado da Oração na diocese,
promover encontros formativos, visitar os Centros, ajudar os párocos e
suas equipas e levar por diante esta Obra. Em muitas dioceses, há uma
Equipa Diocesana, composta por leigos e religiosas, que ajudam o
Director Diocesano no seu trabalho.
4. Local
Em cada paróquia, tendo como Director o pároco, há um Centro, composto
pelo conjunto dos Zeladores e dos Associados, com uma direcção
paroquial. A sua missão é empenhar-se em fomentar o Apostolado da Oração
na paróquia, promover o culto ao Coração de Jesus, fomentar a oração em
todos os sectores da vida paroquial, etc.
Esta pequena equipa paroquial, com os zeladores, deve reunir-se todos os
meses para ler e estudar em comum os estatutos, as linhas da
espiritualidade, a intenção do Papa para esse mês, para pensar os
projectos a serem realizados no mês seguinte, avaliar como vai o
trabalho do grupo e a acção do Apostolado da Oração na paróquia, etc.
Nosso Senhor apareceu numerosas vezes a Santa Margarida Maria Alacoque (de 1673 até 1675). Nessas aparições, Ele fez 12 importantes promessas. Leia-as abaixo com atenção e você perceberá os grandes benefícios espirituais que essa devoção trará para sua vida.
1ª Promessa:“Eu darei aos devotos de meu Coração todas as graças necessárias a seu estado”.
2ª Promessa:“Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias ”.
3ª Promessa:“Eu os consolarei em todas as suas aflições”.
4ª Promessa:“Serei refúgio seguro na vida e principalmente na hora da morte”.
5ª Promessa:“Lançarei bênçãos abundantes sobre os seus trabalhos e empreendimentos”.
6ª Promessa:“Os pecadores encontrarão em meu Coração fonte inesgotável de misericórdias”.
7ª Promessa:“As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção”.
8ª Promessa:“As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição”.
9ª Promessa:“A minha bênção permanecerá sobre as casas em que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração”.
10ª Promessa:“Darei aos sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos”.
11ª Promessa:“As pessoas que propagarem esta devoção terão o seu nome inscrito para sempre no meu Coração”.
12ª Promessa:“A
todos os que comunguem nas primeiras sextas-feiras de nove meses
consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna”.
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